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Alívio da dor crônica: O papel dos tratamentos à base de Cannabis

  • 17 de out.
  • 3 min de leitura
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Dor crônica é uma realidade que afeta milhões de pessoas e pode limitar até as tarefas mais simples do dia a dia. Por muito tempo, o tratamento se baseou em medicamentos como opioides e anti-inflamatórios, que ajudam, mas também trazem efeitos colaterais e riscos de dependência.

Nos últimos anos, a cannabis tem surgido como uma alternativa promissora para o alívio da dor — com resultados positivos e um perfil de segurança mais equilibrado.


A etiologia da dor crônica é diversa e pode incluir condições como osteoartrite, fibromialgia, neuropatia diabética e síndromes de dor neuropática pós-traumática. Cada uma dessas condições contribui para a complexidade do manejo da dor crônica, exigindo abordagens terapêuticas personalizadas e multidimensionais.


Diante dos desafios e riscos associados às terapias convencionais, a cannabis medicinal surge como uma alternativa promissora para o alívio da dor crônica. Os canabinoides presentes na cannabis, como o THC e o CBD, oferecem uma abordagem diferente e segura para o manejo da dor, com um perfil de efeitos colaterais que pode ser mais tolerável para muitos pacientes. A cannabis medicinal, ao interagir com o sistema endocanabinoide, oferece benefícios analgésicos e anti-inflamatórios sem os riscos elevados de dependência e os efeitos colaterais significativos frequentemente associados aos tratamentos convencionais.


A cannabis contém numerosos compostos bioativos, sendo os mais destacados os canabinoides tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD). Estes compostos interagem com o sistema endocanabinoide (SEC), uma rede complexa composta por receptores (CB1 e CB2), endocanabinoides endógenos (como anandamida e 2-AG) e enzimas metabólicas (FAAH e MAGL), que desempenham um papel crucial na modulação de várias funções fisiológicas, incluindo a percepção da dor.


O THC atua principalmente no sistema nervoso central, reduzindo a percepção da dor e ajudando a controlar a inflamação. Ele se liga a receptores específicos (CB1 e CB2) e também aos receptores TRPV1, que regulam a sensibilidade dolorosa. Com isso, diminui a liberação de substâncias inflamatórias e ajuda a aliviar a dor, inclusive em casos de lesão nervosa.

Já o CBD não tem efeitos psicoativos e age de forma mais ampla. Ele aumenta a ação dos endocanabinoides naturais do corpo e interage com receptores ligados à dor, inflamação, humor e ansiedade. Essa combinação de efeitos faz do CBD uma opção promissora e segura para o tratamento da dor crônica.


O avanço no tratamento da dor crônica está marcado pela crescente aceitação e comprovação científica dos benefícios dos tratamentos à base de cannabis. Essa abordagem emerge como uma alternativa viável e promissora para mitigar o sofrimento de pacientes com dor crônica. Com um perfil de segurança favorável e respaldo crescente de estudos clínicos robustos, a cannabis medicinal oferece um potencial significativo de alívio das dores crônicas.


Referências:


BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa aponta que quase 37% dos brasileiros acima de 50 anos têm dores crônicas. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/dezembro/pesquisa-aponta-que-quase-37-dos-brasileiros-acima-de-50-anos-tem-dores-cronicas. Acesso em: 24 jun. 2024.

KRAYCHETE, Durval Campos et al. Recomendações para uso de opioides no Brasil: Parte IV. Efeitos adversos de opioides. Revista Dor, [S.l.], v. 17, n. 2, p. 133-139, jun. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rdor/a/pSMBBGPmL4ThRHrG6ghh9ps/?lang=pt. Acesso em: 24 jun. 2024.

Sagy I, Bar-Lev Schleider L, Abu-Shakra M, Novack V. Safety and Efficacy of Medical Cannabis in Fibromyalgia. J Clin Med. 2019 Jun 5;8(6):807. doi: 10.3390/jcm8060807. PMID: 31195754; PMCID: PMC6616435.

OLIVEIRA, Mariana Martha C. de et al. O uso crônico de anti-inflamatórios não esteroidais e seus efeitos adversos. Caderno de Medicina, [S.l.], v. 2, n. 2, 2019. 

MORENO, Ricardo Alberto; MORENO, Doris Hupfeld; SOARES, Márcia Britto de Macedo. Psicofarmacologia de antidepressivos. Braz. J. Psychiatry, v. 21, supl. 1, maio 1999. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-44461999000500006. Acesso em: 04 jul. 2024.

 
 
 

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