Cannabis e Autismo: entenda como a planta pode auxiliar no tratamento e bem-estar

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), definido como um transtorno invasivo do desenvolvimento que se manifesta na primeira infância, caracteriza-se por déficits na interação e comunicação social e padrões estereotipados, restritos e repetitivos do comportamento, no qual afeta um número significativo de crianças e suas famílias.

A DeFloria anunciou que a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos concluiu a revisão do pedido de Investigational New Drug (IND) para o AJA001 — um medicamento botânico multicanabinoide de administração oral — autorizando a empresa a prosseguir com o ensaio clínico de Fase 2. Segundo o PR Newswire, o AJA001 está sendo desenvolvido como potencial tratamento para sintomas do transtorno do espectro autista (TEA), e o início do estudo está previsto para meados de 2025.

AJA001 é um medicamento botânico que consiste em extrato de cânhamo de espectro total (FSHE) derivado da cultivar de cânhamo patenteada CW1AS1 da Cannabis sativa L. O canabinoide primário é o canabidiol (CBD) e inclui outros canabinoides que devem ter atividade. Como um medicamento botânico multicanabinoide inovador, AJA001 pode fornecer ampla eficácia terapêutica com potenciais aplicações terapêuticas em várias condições médicas devido aos seus variados mecanismos de ação.

"Por mais de 15 anos, minha família e nossa equipe têm estabelecido a base para esta droga botânica", disse Joel Stanley, CEO da Ajna BioSciences e presidente do conselho da DeFloria. "A história de Charlotte Figi, compartilhada pelo Dr. Sanjay Gupta na CNN, colocou os benefícios dos canabinoides no radar do mundo e desencadeou um movimento. Agora, com este marco da Fase 2, estamos um passo mais perto de entregar uma opção de tratamento potencial para o transtorno do espectro autista, uma condição para a qual existem poucas terapias eficazes, apesar de impactar milhões em todo o mundo."

Embora as discussões sobre autismo tenham sido iniciadas no século passado, seu pleno reconhecimento, dissociado de outros transtornos, se deu recentemente. Em vista disso, a sua definição foi mudando gradativamente de acordo com os limites entre ele e outros transtornos, os quais foram progressivamente aprimorados. Por conseguinte, desde que o autismo foi mencionado pela primeira vez no DSM-III (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) pela American Psychiatric Association, ele deixou de ser considerado um distúrbio psiquiátrico e passou a ser reconhecido como um transtorno do desenvolvimento.

Diante do que foi observado, as propriedades terapêuticas do extrato de Cannabis rico em CBD mostram-se muito promissoras. Ele pode ser usado como um complemento no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), ajudando a aliviar sintomas importantes, como dificuldades de interação social, de comunicação e comportamentos repetitivos. Além disso, pode melhorar questões associadas, como distúrbios do sono, ansiedade, agressividade, agitação e dificuldade de concentração. Os efeitos colaterais do canabidiol costumam ser leves e temporários — os mais comuns são sonolência e diminuição do apetite.

Os efeitos terapêuticos do canabidiol (CBD) no tratamento do autismo merecem atenção especial, já que os estudos feitos até agora mostram resultados bastante positivos.

Referências:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5.5.ed. Porto Alegre: Artmed,2014.

. Documento Científico: Triagem precoce para Autismo / Transtorno do Espectro Autista. Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento: n. 1, 2017. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/triagem-precoce-para-autismo-transtorno-do-espectro-autista/. Acesso em: 15 set. 20

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