FONTE: aweederia.com • Por Dra. Amanda Medeiros - Médica parceira da ACANNA, pós graduada em pediatria e nutrologia pediátrica. Cursando psiquiatria infantil pelo CBI of Miami. Diretora Técnica do Instituto Infantil Coração Valente em Curitiba. Acredita na medicina humanizada, no poder das plantas medicinais e na terapia quântica com óleos essenciais, aromaterapia e cromoterapia.

Quando falamos na utilização da cannabis para a realização de tratamento médico, é de fundamental importância compreender como os fitocanabinóides presentes na planta interagem com o corpo humano. Para entender estas ações realizadas, a primeira coisa a decifrar é o Sistema Endocanabinóide.
O corpo humano contém um sistema denominado de Sistema Endocanabinóide. Ele é integrado ao nosso sistema nervoso central e se caracteriza pelo conjunto de receptores e enzimas que trabalham como sinalizadores entre as células e os processos do corpo humano. Sua principal função é ajudar a manter a homeostase, ou seja, manter o corpo em equilíbrio.
Para compreendermos melhor o Sistema Endocanabinóide, vamos voltar ao final da década de 60, quando o pesquisador israelense Raphael Mechoulam isolou da maconha o composto delta-9-tetrahydrocannabinol e, para testar os efeitos deste canabinóide em humanos, preparou um bolo para alguns convidados. Como resultado, ele pode observar que o THC exerce efeitos sobre as pessoas. Mas, até então, ninguém realmente sabia como este canabinóide atuava dentro do cérebro. E foi somente um bom tempo depois que pesquisadores descobriram os dois principais receptores de canabinóides no corpo humano: o CB1 e o CB2.
Desde essas descobertas, aprendemos cada vez mais sobre o sistema endocanabinóide e os mecanismos para seu envolvimento no tratamento de várias doenças. Como resultado, a cannabis e seus canabinóides tornaram-se o foco no desenvolvimento de novas terapias e o uso medicinal da planta passou a ganhar cada vez mais espaço.
De modo geral, o receptor CB1 é encontrado principalmente no cérebro e em tecidos associados ao sistema nervoso central, como os neurônios da medula espinhal. No entanto, também pode ser encontrado em órgãos periféricos como o pâncreas, o trato digestivo e o fígado.
No cérebro, os receptores CB1 estão presentes em altas densidades em certas estruturas. Esses receptores também desempenham um papel importante durante o desenvolvimento do cérebro e em várias vias de sinalização, que são responsáveis pela cognição, pelo crescimento neuronal e pela regulação dos sistemas de recompensa e humor. A ativação do receptor CB1 é, portanto, responsável também por uma variedade de benefícios terapêuticos, como o tratamento da ansiedade, dor e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Já o receptor CB2 aparece, principalmente, nas células do sistema imunológico, ele suprime as respostas inflamatórias e ajuda as respostas neuroprotetoras a lesões cerebrais. O receptor CB2 também pode ajudar a regular as propriedades analgésicas da cannabis.

Endocanabinóides
O corpo humano produz a sua própria ‘cannabis’: os endocanabinóides. Existem dois principais endocanabinóides conhecidos dos especialistas até agora: a anandamida (AEA) e 2-araquidonoilglicerol (2-AG).
Esses endocanabinóides se ligam às células receptoras CB1 / CB2 nos sistema nervoso central / periférico, respectivamente, sinalizando que o Sistema Endocanabinóide precisa agir.
CBD e o Sistema Endocanabinóide
O CBD, ou canabidiol, é um dos principais canabinóides presentes na cannabis. Mas, ele é apenas um dentre centenas de fitocanabinóides encontrados na planta. Ele vem sendo utilizado na medicina há milênios e nas últimas décadas inúmeros ensaios clínicos demonstraram resultados positivos no tratamento de um amplo espectro de patologias.
O CBD tem a capacidade de afetar os receptores cerebrais de serotonina, um dos neurotransmissores responsáveis por regular o humor e o comportamento social. Cientistas revelaram que o CBD pode imitar a serotonina e ativar os receptores de serotonina 5-HT1A (hidroxitriptamina), o que leva a efeitos antidepressivos e ansiolíticos.
Mas, estes são apenas alguns dos benefícios do CBD. Ele também pode auxiliar no alívio da dor, na regulação da pressão arterial e densidade óssea e ajudar a regular o metabolismo, reduzindo os níveis de glicose no sangue e melhorando a sensibilidade à insulina. Tudo isso interagindo com os receptores (que nada mais são do que moléculas protéicas incorporadas às membranas celulares e que respondem farmacologicamente aos canabinóides).

Efeito comitiva
A cannabis possui centenas de compostos entre fitocanabinóides (ou apenas canabinóides), flavonóides e terpenos. Resumidamente o efeito comitiva é a ação dos principais canabinóides, como THC e CBD, influenciada uns pelos outros e também por terpenos, flavonóides e outros canabinóides menores que estão presentes em concentrações muito mais baixas. É como num filme, onde os THC e o CBD são os atores principais e vêem suas atuações se destacarem ainda mais com a ajuda dos ‘coadjuvantes’ como os terpenos e flavonóides. A combinação de canabinóides em diferentes teores colabora para um tratamento mais seguro e com menos efeitos colaterais quando comparado ao uso de canabinóides isolados. A ação dos canabinóides se baseia na modulação do Sistema Endocanabinóide.
Síndrome da Deficiência Clínica Endocanabinóide
A teoria da Síndrome da Deficiência Clínica Endocanabinóide surgiu em 2001 em duas publicações muito citadas na literatura. Atualmente diversos novos estudos endossam esta teoria.
O fundamento está baseado na concepção de que muitas desordens cerebrais são associadas à deficiência ou excesso de neurotransmissores, como por exemplo o excesso de acetilcolina no Alzheimer, dopamina no Parkinson e a deficiência de serotonina e norepinefrina na depressão.
Diversos seres possuem Sistema Endocanabinóide subjacente que reflete nos níveis de AEA e 2-AG, tanto na sua síntese quanto no catabolismo e densidade relativa no cérebro. Se a função endocanabinóide diminui, infere-se que o limiar de resistência à dor diminua. Podem ocorrer distúrbios digestivos, do sono e de outros sistemas fisiológicos modulados pelo Sistema Endocanabinóide. Podem ser encontrados níveis diferentes de AEA e 2-AG. No entanto, embora a deficiência possa ser prejudicial, os excessos de endocanabinoides também são claramente indícios de obesidade, síndrome metabólica e fibrose hepática.

Dra. Amanda Medeiros (CRM 39.234 PR) é MÉDICA formada em 2017, com Pós-Graduação em Pediatria e Nutrologia Pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinóide.
Com experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística.
Além de prescritora, é paciente de Cannabis Medicinal desde 2018.
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